RPG: SCION (hero/demigod/god)
Editora: White Wolf
Site: www.white-wolf.com/scion
Gênero: fantasia, moderno, mitológico, ação.
Lá estava você, em
sua vida normal, com pessoas normais, namorada, trabalho, esposo,
empresa, o que fosse, mas dentro da normalidade, contudo você sempre foi
acima da média em alguma coisa. Foi o mais forte, o mais rápido, o mais
bonito, o mais horrendo, o mais completo, sempre teve um toque de
anormalidade que não seria nada demais, você não seria uma lenda, até
que certo dia um homem alto e magro, de barba longa, um chapéu bonito,
um tapa olho, terno, gravata e um cajado te aborda quando você saía de
uma casa noturna e com sua presença assustadora, quase imaterial, te
informa que ele é teu verdadeiro pai, e que teu irmão, Thor, é
prisioneiro de Kalfu, um deus vudu, e que devido ao ataque dos gigantes
de gelo a Asgard e a aproximação do ragnarök, caberá a você salva-lo.
Essa é apenas uma das ideias do que é o RPG Scion, lançado pela empresa White Wolf em 2007.
Scion
é um jogo onde os personagens são descendentes de deuses da
antiguidade, ou filhos adotivos que receberam a capacidade de se
tornarem lendas, e em seu sangue corre a centelha divina.
No cenário básico do jogo os panteões de lutam para evitar que os Titãs saiam do tártaro e os destruam.
São os panteões dos livros básicos:
Pesedjet
- os deuses do antigo Egito: Anúbis, Atum-Ré, Bastet, Geb, Hórus, Ísis,
Kebauet, Osíris, Ptah, Set (or Seth), Sobek, e Thoth.
Dodekatheon
- os deuses gregos: Afrodite, Apolo, Ares, Ártemis, Atena, Dionísio,
Hades, Hefesto, Hera, Hermes, Perséfone, Poseidon, e Zeus.
Aesir -
deuses nórdicos: Baldur, Bragi, Forseti, Freya, Freyr, Frigg, Heimdall,
Hel, Loki, Odin, Sif, Thor, Tyr e Vidar.
Atzlánti
- os deuses da civilização asteca: Huitzilopochtli, Miclántecuhtli,
Quetzalcoatl, Tezcatlipoca, Tlaloc, Tlazoltéotl, e Xipe Totec.
Amatsukami - os deuses Shinto do Japão: Amaterasu, Hachiman, Izanagi, Izanami, Raiden, Susano-o, e Tsuki-Yomi.
Loa - os espíritos-deuses da religião vodu: Ague, Barão Samedi, Damballa, Erzulie, Kalfu, Legba, Ogum, e Xangô.
Eu
gosto muito desse jogo, é um cenário divertido, rico, repleto de
referencias em um sem número de livros de história, mitologia e arte,
contudo os livros básicos são terríveis. O cenário não é explicado
direito, não dá ideia do que você pode fazer, como é o relacionamento
entre os deuses e seus filhos, não informa se os seres humanos conseguem
ver as criaturas mitológicas que estão no mundo, nem se o scion deve
ocultar-se ou se mostrar na televisão. Isso tudo fica de fora dos
livros. Tirando que a adaptação que fizeram do sistema básico da white
wolf foi a pior implementação que já vi. Um sistema quebrado, repleto de
falhas, onde há poderes ridiculamente absurdos como Arete, dos gregos,
que adiciona níveis e mais níveis de bônus em perícias, enquanto
Jutunblut dos nórdicos é um fracasso inútil.
A ideia de atributos em níveis épicos é interessante, mas também quebrada.
As
aventuras que jogamos foram levadas com uma interpretação mais textual
dos poderes e capacidades do que uma interpretação matemática da coisa.
Eu diria que Scion é um jogo que tem a ideia de cenário nota 10, fenomenal, mas que teve sua execução muito abaixo do potencial.
Os suplementos trazem novos panteões e poderes, assim como novas ideias e aventuras.
Vale
a pena? Claro que vale! Não é sempre que você pode jogador com o filho
de Miclantecutli, o deus da morte azteca e ser venerado como uma
entidade física no México, principalmente entre os traficantes que rezam
para Santa Muerte, enquanto seus aliados são um filho de Ares, um filho
de Hachiman, um filho de Odin e um anjo do Senhor.
Jogamos
algumas aventuras, e tenho certeza de que outras virão. Fizemos até uma
adaptação boa utilizando o sistema FATE, que aparentemente foi bem menos
quebrada que o sistema original.
Que novos jogos venham, tão bons quanto os que já jogamos.
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