Editora: Akritó
Autor: Carlos Klimick, Eliane Berttocchi e Flávio Andrade
Sistema Básico: Era do Caos.
Ano: 1997
Gênero: Ultra realidade, moderno, futuro próximo, horror, sobrenatural, conspiração.
Sou fã de Era do Caos.
Gosto do trabalho executado nos livros, gosto do cenário, do sistema e das ideias e principalmente, gosto dos suplementos.
O EdC é um RPG da extinta(?) editora Akritó e tem como tema principal o descontrole do mundo, como ele tinha a tendência a catástrofes, principalmente catástrofes sociais, e como alguns cidadãos tentavam sobreviver na selva social de um mundo quase ciberpunk, com menos tecnologia, mas com o mesmo grau de violência e tensão.
As aventuras tendem a se passar em grandes cidades, com enormes problemas, onde os personagens jogadores "descobrem" que são controlados por forças maiores, não grupos específicos, mas algo, uma massa de ideias e pessoas influentes que quase são conhecidas como A Elite.
A Elite, de acordo consigo mesma, serve para levar a ordem a esse mundo caótico, eles mantém as estruturas sociais coesas, mas trazem para si o o bônus de manipular eleições, históricos bancários e recursos naturais para os seus "associados". Como diria um desses Elitistas a um novo membro "...mas é claro que nós manipulamos as eleições, você acha que o voto dos ignorantes devem ter o mesmo valor do que o voto de homens de visão como nós? Idiotas votam em idiotas que fazem idiotices."

Noturnos nos apresenta a fantasmas, zumbis, renascidos e toda sorte de criaturas e poderes do além túmulo. São aqueles que ficaram presos à Terra por razões estranhas, trabalhos por fazer ou contratos escusos. Mestrei uma vez uma aventura onde o antagonista era um Fantasma. A cena de perseguição baseada no filme Possuídos (Fallen, com Danzel Washington) foi muito boa de descrever e teve a velocidade necessária para dar um ar de conflito.
Lendas nos trás criaturas que estavam no mundo antes dos homens, seres lendários e folclóricos, curupiras, iaras e botos, homens onça. Seres interessantes e muito bem construídos.
Caídos, meu suplemento favorito, contém anjos caídos. São aqueles anjos que durante a guerra celestial, no início da criação, não lutaram nem ao lado dos anjos leais a Deus nem ao lado de Sammael e foram jogados na terra, com suas asas arrancadas, e morrem e renascem em busca da redenção e de seu retorno ao paraíso. Os quatro elementos e como poderes como diafaneidade e sincronicidade funcionam me chamaram muito a atenção. Lembro-me muito bem de uma aventura que fiz baseada na música do Morphine, Ropes on Fire.
Feiticeiros foi o último suplemento lançado e foi feito sobre uma pergunta: "como a magia funcionaria no mundo 'real'?" E fizeram vários rituais, com custos religiosos e contextuais, com tempo gasto e poderes quase invisíveis, mas... possíveis. O mais extenso dos suplementos.
O sistema era simples e eficiente: atributo + habilidade + 3d6 contra uma dificuldade x. se conseguir atingir o valor, sucesso, parabéns. O sistema de dano é esquemático, onde varia a parte acertada e quantos pontos de dano tem cada parte do corpo.

Virtudes? Brasileiro, bem escrito, ideias boas, bom sistema e ótimo preço!
O mal... Infelizmente não é mais produzido.
Usei muito de Era do Caos em vários outros jogos. Usei ideias, contextos pedaços de cenários e sempre funcionaram muito bem.
Quem sabe um dia o RPG não volte a ser popular e novas Eras do Caos não surjam?

